Assunto: Liderança e Cultura Organizacional Tempo de leitura de 4 minutos.
O que está acontecendo com a geração que necessita encontrar sentido no que faz, busca ter um propósito do porquê trabalhar, no qual o trabalho seja o fim para ser feliz e não um meio? Para entender o presente precisamos observar o passado.
Os avós e pais desta geração trabalharam para comer e acumular dinheiro apenas para não passar necessidades então, qualquer trabalho que pagasse algum dinheiro já era uma grande coisa.
Posteriormente houve uma fase em que as pessoas buscavam acumular dinheiro para adquirir bens como imóveis e carros, para aproveitar a vida após a sua aposentadoria.
Depois disso veio a geração que almejava consolidar uma carreira meteórica com status, poder, alavancar riquezas, ter qualquer coisa e estar onde quisesse na hora em que desejasse.
Foi a partir do avanço da tecnologia, com e-mail, mensagens instantâneas e smartphones que as paredes que separavam o mercado de trabalho e a vida pessoal foram destruídas, não havendo mais tempo livre e fins de semana e foi aí que o problema começou.
Esse cenário influenciou um estilo de vida de muito estresse com horas intermináveis de trabalho, onde tirar férias é considerado um absurdo, não há tempo para cuidar de si mesmo e, muito menos, aproveitar as coisas boas da vida.
A geração millenium vivendo essa realidade e tendo suas necessidades básicas, como fisiológicas e de segurança, atendidas pelos seus pais e, as sociais pelos seus amigos, passou a buscar no mercado de trabalho algo que fizesse sentido, que tenha um porquê e que proporcione realização.
Pois entendem que se terão que trabalhar 24 horas por dia e 7 dias por semana, que seja em algo que os deixem felizes.
Essa posição está refletindo drasticamente no mercado de trabalho, onde pesquisas já apontam que o principal motivo das pessoas não permanecerem nos seus empregos não é mais salário, carreira, liberdade para atuar ou possuir um ambiente desafiador, mas não ter um propósito não visualizando um sentido no que fazem.
Como podemos então construir um ambiente que traga sentido a essa geração? A resposta a essa pergunta está nas mãos dos empresários, gestores e líderes que contratam e conduzem essas gerações. Auxiliá-las a compreender que não estão simplesmente vendendo roupas, fabricando peças ou atendendo pessoas.
Como no exemplo da catedral em construção, onde ao questionar os pedreiros o que estavam fazendo, cada qual tinha sua resposta, um respondia que estava assentando tijolos, outro que estava levantando uma parede e outro, ainda, que estava construindo uma catedral.
Mas o real sentido ou propósito de todos era construir um ambiente em que as pessoas pudessem melhorar sua qualidade de vida cultivando a sua fé e seu bem-estar.
Alcançar este nível de sentido e propósito que essa geração está buscando, passa por uma adaptação e capacidade daqueles que conduzem as empresas e organizações, no sentido de construir essa visão mais sistêmica e integrada de seus negócios, de forma a tornar claro e objetivo o resultado final do trabalho.
Já que as pessoas não compram um produto ou um serviço, mas sim a experiência, a necessidade, a utilidade e os benefícios que os produtos e serviços que essas empresas fabricam oferecem.
Com isso, a capacidade de gerir empresas e mobilizar pessoas, conduzindo para uma só direção, de modo estruturado, coeso, rentável e em um ambiente favorável, tornou-se o grande desafio da gestão das empresas e de seus líderes, em um cenário de diversidade de ideias, valores, idades, gêneros, raças e credos.
Por isso quanto mais entendermos as pessoas que fazem parte de nossa sociedade e de nossas empresas, mais rápido conseguiremos incluir essas novas ideias e estilos em favor dos negócios, oferecendo produtos e serviços que atendam esse mercado da geração millenium que no Brasil já representa 50% da população economicamente ativa e, engajando esse público às empresas, porque se todos os millennials quiserem abrir sua própria empresa, por sentirem-se insatisfeitos com a forma como trabalham atualmente as empresas, não existirá pessoa para conduzir e operacionalizar as empresas que já existem.
Autor: Daniel Fünkler Borelli
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