Assunto: Autoliderança, Competência e Relações Humanas Tempo de leitura de 4 min
“O analfabetismo do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas que não consegue aprender, desaprender e reaprender.” Essa famosa frase de Alvin Toffler escrita em 1970 em seu livro O Choque do Futuro, mostra que aprender não é mais o bastante, já que conceitos e ideias são tão efêmeros e momentâneos.
Neste exato momento milhões de pessoas ao redor do mundo, estão aprendendo algo que provavelmente nunca utilizarão em suas vidas, porque quando forem aplicar o que aprenderam o cenário e o contexto de mercado, sociedade, governo e tecnologia já terão mudado.
Por isso hoje já se fala em cursos de faculdade, MBA e pós-graduação com prazo de validade, onde após um determinado tempo os certificados perderiam seu valor.
Isso acontece porque uma pessoa que cursa da primeira série até a pós-graduação passa em média 18 anos estudando exclusivamente conceitos e teorias, para depois ou durante esse processo de formação chegando ao mercado de trabalho acredita que nada tem para aprender.
Até cometer os primeiros erros e perceber que a maioria do que ele aprendeu de nada ajudará no seu trabalho, já que os problemas que enfrenta não são problemas técnicos, mas sim humanos.
Observando que não são os cálculos estruturais de um projeto, não é a fabricação de um produto, a venda ou a compra de um produto ou serviço, mas sim a interação entre as pessoas para que estas ações aconteçam que são o verdadeiro problema.
E para enfrentar essas dificuldades o ser humano precisa desenvolver e capacitar suas habilidades, competências e comportamentos, como resolver problemas complexos, tomar decisões, escuta e observação, comunicação clara e humana, autodesenvolvimento, cooperação e relacionamento, adaptabilidade, visão sistêmica, gerenciar e o mais importante, aprender.
Tudo isso para que consigamos trabalhar em um mundo volátil onde nada pode ser controlado, mas sim gerenciado, incerto onde nada é sólido e garantido, no qual a única certeza é a mudança, complexo onde nada é isolado e para cada resultado existe a influência de inúmeras variáveis e, ambíguo com seus múltiplos significados para uma mesma situação.
Muito desta nova realidade está sendo potencializada pela inserção cada vez mais massiva de tecnologia em nossa vida, em que empregos que exigem movimentos e operações repetitivas e isoladas deixam de existir, passando para trabalhos que resultem em ações para resolver problemas e/ou desenvolver novas soluções.
Esse redirecionamento das pessoas no ambiente de trabalho e do que elas necessitam entregar de resultado, irá ampliar os ruídos de problemas de comunicação, conflitos entre pessoas e áreas, poder e controle, ego, imaturidade e vitimização, resumindo, tudo que envolve as relações humanas.
Já que para resolverem os problemas e encontrem soluções as pessoas terão que sair de trás de seus cargos, suas mesas e paredes de suas salas e terão que estar juntas dividindo e compartilhando de modo cada vez mais intenso tempo, recursos materiais ou financeiros, ideias, necessidades e dificuldades.
E para que esse simples ruído não se torne um grande rompimento ao ponto de causar o fechamento de uma empresa ou a perda de um trabalho é necessário que o desenvolvimento das competências e comportamentos, anteriormente mencionados, seja priorizado pelas empresas ou buscado de modo autônomo pelos profissionais.
Somente o aprendizado contínuo com foco nas pessoas, contribuirá na transição de um pensar mecanicista, linear e determinista para um pensamento sistêmico, dinâmico e inovador que os novos tempos exigem, para a transformação e construção de empresas com novas ideias e resoluções, que o mercado e a sociedade precisam para desenvolver-se e perpetuar-se.
Autor: Daniel Fünkler Borelli
“O ideal da educação não é aprender o máximo, maximizar os resultados, mas é antes de tudo aprender a aprender, é aprender a se desenvolver e aprender a continuar a se desenvolver depois da escola.” – Jean Piaget