Lendo diversos artigos sobre redução de custos e conectando ao que vivenciei ao longo de 17 anos de experiência operacional, técnico, gerencial e empresarial, decidi elencar os sete principais custos que os demonstrativos de resultado não conseguem apontar.
Custo da falta de respeito nas relações humanas, proveniente de críticas destrutivas na busca de culpados, construindo uma cultura do medo que paralisa as pessoas, constrangendo essas mesmas a não contribuírem no dia-a-dia para a solução de problemas, sugestão de ideias e proposta de melhorias.
Custo com pessoal que normalmente são vistos com índices de alta rotatividade, absenteísmo e acidentes de trabalho, ilustrados pelos custos de contratação de novos funcionários , dos exames médicos, dos dias de ausência do funcionário afastado por falta ou acidente de trabalho, mas o custo que me refiro é o que está por trás destes indicadores como o tempo de ensinar uma nova pessoa, no qual é necessário deslocar um pessoa que poderia estar produzindo mas está ensinando esse novo funcionário, no tempo que irá levar esse novo funcionário para produzir o que uma pessoa mais experiente faz sem esforço e a adaptação à cultura da empresa alinhando as expectativas individuas com o que a empresa busca.
Custo do excesso de controles e burocracia para aprovações de pedidos, tomadas de decisão, condução de projetos, construindo um ambiente de morosidade às mudanças que a empresa necessita, pense por quantas pessoas necessita passar um pedido de compra, quanto tempo leva para a aprovação de um investimento, quantas pessoas é necessário envolver para solucionar um problema, são perguntas que irão mostrar uma fotografia de quão complexa e lenta é a empresa, pense que quanto mais pessoas em um processo, maior será o tempo e o custo, para implementar e executar, em muitos casos as decisões quando tomadas e implementadas já não fazem mais sentido.
Falta de rigidez no controle de gastos da alta gestão, muito se fala do custo variável com a diminuição dos insumos, valor da matéria-prima e mão de obra nos custo fixo da folha de pagamento, aluguel, serviços terceirizados, mas o que os gestores e empresários esquecem é de olhar os gastos das suas próprias áreas e que eles mesmos geram, com deslocamento, estadias, alimentação, treinamentos, que muitas vezes não querem abrir mão, por acharem irrelevante, mas a questão não é o valor monetário e sim moral a coerência do discurso com o que é feito, existe um ditado popular que diz “Palavras ensinam, mas exemplos arrastam.”, como uma empresa quer mobilizar e engajar as pessoas em fazer algo se a empresa não começar pelas atitudes de quem está na direção e gestão do negócio? Conheci um caso de um empresário dono de uma empresa de grande porte que cobrava para que as pessoas economizassem neste período de crise e estava tendo sucesso em suas ações, porém 3 meses depois apareceu no trabalho, com um novo carro de luxo de mais de R$300 mil, então a pergunta que fica é: como mobilizar as pessoas se não existir coerência?
Uso de tecnologias como sistemas, processos e procedimentos improvisados, complexos ou obsoletos, sabe aquela expressão “Em casa de ferreiro espeto de pau”, essa é a realidade da maioria das empresas, com seus processos ou sistemas, que demandam mais tempo do que um simples controle de Excel, ou nesta febre que qualquer aplicativo resolve, se torna um amontoado de sistemas, um para cada operação, utilizando controles ou formatos diferentes, exigindo um custo maior de tempo, mão de obra e por consequência dinheiro, para serem realizados bem como a sua manutenção, por isso é valido revisar em um processo de Kaisen ou um simples VSM os procedimentos, processos e sistemas que a empresa utiliza e atuar nos ladrões de tempo e mão de obra.
Deixar tudo para a última hora, trabalhando sempre no urgente, usando a expressão “Estou que nem bombeiro só apagando incêndio”, que é equivocada, já que os bombeiros passam 80% do tempo planejando e se preparando, focando no que é importante para não virar urgente, com isso é possível fazer escolhas mais assertivas e tomar decisões mais inteligentes.
Falta de foco, por começar muitas coisas e não acabar, imagine você tentando subir uma montanha, e escolher uma trilha, mas no meio do caminho decide começar outra trilha, então você tem que voltar a base da montanha e escolher o novo caminho, a questão é que se você ficar neste sobre e desce até parte do caminho, você nunca chegará ao cume da montanha. Isso é igual em nossas empresas, quantas vezes você decide algo, estabelece as estratégias e no primeiro obstáculo muda tudo, você nunca irá atingir o objetivo da empresa, por isso tendo clareza no que a empresa necessita atingir é preciso que exista constância e persistência no discursos e ações, mobilizando os recursos humanos, tempo e dinheiro da empresa para o alcance do objetivo. Mas caso seja necessário mudar a estratégia, sem problema desde que seja comunicado e contextualizado para com todos os envolvidos os motivos da mudança e mostrando qual é a nova direção da empresa e o que se busca alcançar.
Tudo isso irá proporcionar um ambiente de confiança, engajamento, mobilizando todos na busca dos objetivos da empresa e de quebra potencializar os resultados e ganhos da empresa.
Autor: Daniel Fünkler Borelli
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Excelente texto! `Parabéns…
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